Este não é exatamente um dia feliz. Esta aí em baixo é minha última charge remunerada para o Jornale/Blog do Zé Beto. Depois, só deus sabe. Neste mesmo dia do senhor, circula a última edição impressa do lendário JB. Nesta mesma semana do senhor, foi anunciado o fim do (não tão lendário assim) Diário Popular. E, pelo que se sabe, o Jornal do Estado segue o mesmo rumo.
É, pois é.... fechamos com chave de ouro o mês do cachorro-louco!
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
domingo, 29 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
sábado, 21 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Sobre leis e humoristas
'Muito político faz chorar com a mesma matéria-prima que o humor faz rir'
DANILO GENTILI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Ufa! Agora os indefesos candidatos já podem respirar aliviados e se concentrarem na campanha onde, na mesma TV, durante o horário eleitoral gratuito, um terá 10 minutos a mais que o outro para expor suas idéias. Isso sim é democrático, igualitário e... Droga... Aqui caberia uma piada, mas não posso fazê-la.
Agora é contra a lei ridicularizar o candidato. Então, lembre-se: por mais ridículo que ele seja, guarde segredo.
Exemplo: Ainda que Collor ridiculamente ligue pra casa de um jornalista o ameaçando de agressão, por mais tentador que seja não mire sua lupa cômica nisso. Ele é candidato, e candidato aqui não fica exposto, fica blindado.
O TSE nao é o feirante japonês que deixa a mercadoria exposta para que possamos apalpar e cheirar antes de levar. Ele é o coreano do Paraguai que a deixa na vitrine. Você não toca, não cheira. Apenas paga. Quando chegar em casa, reze antes de abrir a caixa.
E a discussão se essa censura é ou não constitucional? Tenho fé que em breve teremos uma resposta sensata. Logo após eles chegarem à conclusão de outra discussão que há anos os perturbam: afinal, o fogo é ou não quente?
O humorista pega a verdade e a exagera. Ao contrário do político, a verdade é imprescindível para o sucesso de seu trabalho.. E esse é o problema. Num País onde culturalmente é bonito lucrar com a mentira, a verdade não diverte. Assusta. Indigna.
Onde já se viu um coronel permitir que manguem de sua cara em sua província? Então censuremos! Por isso, recentemente, tivemos imprensa brasileira censurada, jornalista estrangeiro expulso, repórter agredida e, agora, humorista amordaçado.
É melhor que o Estado defina o que pode ou não ser passado para o público, assim o público continua passando o que interessa para o Estado.
Aristófanes, pai da comédia antiga, exercia abertamente sua função de fazer o público rir, criticando instituições políticas e seus representantes. Se fosse brasileiro, hoje, Aristófanes não poderia realizar seu ofício. A visão democrática do TSE está mais atrasada que a da Grécia de 400 A.C.
Henri Bergson, filósofo francês, afirmou que "não há comicidade fora daquilo que é propriamente humano. Comicidade dirige-se à inteligência pura". Filosoficamente, o pessoal do TSE não é humano nem inteligente o bastante para compreender o que foi escrito há quase um século atrás.
Freud, pai da psicanálise, entendeu que "rir estrondosamente, satirizar personagens e acontecimentos, fazem parte da nossa experiência cotidiana e é crucial pra nossa condição humana".
Um século depois, temos uma lei que impede a manifestação do cômico num evento tão importante para sociedade como a eleição. Psicossocialmente falando, a democracia brasileira encontra-se retardada.
Estudos observam que primatas riem de boca aberta para manifestar raiva e hostilidade. A evolução preservou o instinto do riso no ser humano para que fosse a válvula de escape substituta à agressão física. A lei eleitoral quer abafar o instinto compulsivo da piada e do riso (e sabe lá Deus aonde isso vai pode explodir). Biologicamente, eles estão forçando um passo atrás na escala evolutiva.
Enquanto o Brasil se orgulha de dialogar com países desenvolvidos o suficiente para que nenhuma forma de comunicação seja restrita, a gente fica aqui rindo das imitações de Silvio Santos, porque é o que se pode fazer no momento. Claro, enquanto o Silvio Santos não for candidato.
Muito político faz chorar. Com a mesma matéria-prima o humorista faz rir. Para o TSE a segunda opção é uma ameaça e precisa ser contida.
A liberdade de expressão aqui tem o mesmo conceito de liberdade do Zoológico. Faça e fale o que quiser. Você é livre! Desde que não passe os limites da sua jaula.
Não me multem, por favor. Isso não foi uma piada.
DANILO GENTILI é comediante stand-up e repórter do CQC da Band
terça-feira, 10 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
sábado, 7 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Dois velhos sujos
Olha só que cena linda! Gilbert Shelldon, com a cerveja, e Bob Crumb, com a coca: dois gigantes dos quadrinhos bebemorando durante o primeiro dia de Flip. Segue o texto de Lívia Brandão, do blog d'O Globo sobre o evento:
Robert Crumb, uma das principais atrações da 8ª edição da Flip, não é muito de papo. O criador de Fritz, The Cat, responsável pela lendária Zap Comics e rei das mulheres voluptuosas é vítima de sociofobia e evita o quanto pode se expor. Qual não foi a nossa surpresa portanto quando vimos aquela figura franzina, com seu indefectível chapeuzinho, sentar-se numa mesa próxima à nossa em um botequim da cidade em um de nossos raros momentos de descanso. Ao lado dele, seu fiel escudeiro Gilbert Shelton.
Crumb pediu um refrigerante, Shelton arriscou uma cerveja barata. Ambos ficaram conversando por horas e ignoraram com uma elegância solene a indiscrição de nossos fotógrafos, que resolveram registrar o encontro histórico que acontecia bem debaixo dos nossos narizes. Pois foi justamente a indiscrição de André Teixeira e Marcos Tristão e um empurrãozinho de André Miranda que me encorajou a falar com eles como uma civil. Saquei meu caderninho da bolsa, pedi uma caneta à garçonete e respirei fundo antes de deixar a pessoa jurídica de lado para pagar de tiete. Pedi um autógrafo, simples assim.
Shelton, muito simpático, apenas rabiscou o gato do Fat Freddy. Crumb, mais arredio, me surpreendeu ao começar a desenhar letra por letra de sua assinatura. E mais ainda quando começou a traçar uma minuciosa caricatura de si mesmo. Foram longos minutos em que ele me entrevistou. Perguntou de onde eu era, o que eu fazia, se gostava de quadrinhos. E me entregou de volta o caderninho com um recado ranzinza: "eu odeio super-heróis". Entendam como quiserem.
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