terça-feira, 7 de abril de 2009

Hoje é dia de Sangue Bom!

A foto do Lineu que está concorrendo ao Prêmio

Olha só que bacana: fui brindado por esse texto fantástico do chapa Zé Beto. Não é todo dia que a gente lê algo tão bacana sobre nós mesmos, né? Então, segue o link aqui e a integra do post, que também fala do Lineu, este grande fotografo e ser-humano. Vamos ver no que dá o Prêmio. Amanhã, aqui, a cobertura completa! heheheeheh

Dois talentos do Sangue Bom, mas com o “sangue ruim” dos grandes artistas
Hoje à noite, no Setcepar, serão conhecidos os vencedores do 4º Prêmio Sangue Bom do Jornalismo Paranaense. Eles já foram escolhidos por um juri formado pelo Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Não importa quem serão os vencedores, afinal, cada um, cada um, mas aqui, com todo respeito, aproveito para falar destes dois excepcionais artistas que engrandecem o site deste Jornale e, por tabela, o modesto espaço deste blog. Brinquei recentemente com o Simon, grande chapa que descobri aqui, dizendo que se o prêmio fosse “Sangue Ruim” não teria para mais ninguém. Para quem acompanha o trabalho dele desde o jornal Hora H, o desembarque no Jornale foi como se alguém tivesse aberto as grades de uma cela e lhe liberasse o universo para criar. E ele aproveitou. Hoje é um dos chargistas mais contundentes, sarcásticos, inteligentes e de gatilho rápido no Paraná. Poderia desenhar em qualquer jornal deste país e estaria em pé de igualdade com um Angeli da vida. A primeira grande surpresa que tive ao conhecer Simon Taylor foi descobrir que o nome dele é isso aí mesmo. Eu achava que era fantasia. Um cabra com este nome e pai bluseiro, ou vira artista ou vai fazer malabares e pedir um troco na esquina. Taylor ainda toca contrabaixo numa banda de rock, é artista gráfico, cuida com todo amor da Kelly e da princesa Alice, e, baixinho, cheinho, cavanhaque que para mim lembra um pouco alguns roqueiros dos anos 60, dá vontade de ser amigo, porque tem a voz e o comportamento doce dos equilibrados. Mas isso fora da tela, da prancheta, do guardanapo de papel. Ali, quando baixa o santo, a máscara dos sacripantas, larápios, enganadores, enfim, dos frequentadores contumazes do Centro Cínico e adjacências (Brasília, inclusive) é arrancada a golpes de machado e o artista nos dá de presente a face real desta cambada - e sem o escalpo, que ele segura com o prazer de quem cumpre uma missão de limpeza na face da Terra. Lineu Filho é outro caso. Primeiro, de entendimento mútuo, porque isso, às vezes, acontece na vida. O primeiro sinal que me mandou foram umas imagens que fez na Escola de Governo onde Roberto Requião aparece na dimensão exata do seu mundo, ou seja, esquizofrênico. Este blog ainda estava hospedado no Jornal do Estado e o Jornale engatinhava. Gostei mais ainda quando conheci o garoto, pé de boi, montanhista, amante da natureza e movido a revolta contra injustiça. Um dia lhe perguntei, assim, na lata, porque não tinha entrado na Aeronáutica para servir ao Parasar, aquela equipe maravilhosa de resgate desta força militar. Acertei na tampa. Mas, por algum motivo, a coisa não deu certo. Ganhou a fotografia. Lineu Filho alia à sua obstinação o talento natural de quem domina o ofício, mas não dorme de tôca. Joguei em suas mãos alguns livros, para que treinasse ainda mais qo olhar. As fotos de um livrão da National Geographic o encantaram. Porque aventura pura. Lineu Filho gosta de circular e fotografar no limite, daí seu entendimento com os policiais do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar e um rádio que não lhe sai do ouvido, ligado que está na frequência policial. Foi assim que chegou antes de todo mundo e registrou a imagem acima, da menina desesperada com uma ponto quarenta na boca em plena praça Osório. Graças aos céus não aconteceu nenhuma tragédia. A imagem ficou para sempre, com toda sua dramaticidade e tensão. Conheci alguns dos grandes profissionais da fotografia brasileira na caminhada da vida graças ao privilégio de ter iniciado a carreira na Editora Abril (em mil novecentos e nada fui fazer matéria com a cantora Simone o retratista era Bob Wolfenson em início de carreira, só para dar uma idéia). Entrei na profissão por causa das imagens em jornais, fotografo para mim há mais de 40 anos e imagino saber reconhecer alguém de muito talento. Lineu é este cara. Já disse que, se ele quiser, poderá trabalhar em qualquer lugar daqui ou de fora. Basta ter um pouco de paciência e continuar fazendo o que sabe. Só isso.

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